Por: Alessandra Andrade Nascimento, Andreza Karoline França da Silva e Marvyn Santana.
O que são?
Dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis são dispositivos avançados que são inseridos cirurgicamente no corpo para tratar e monitorar problemas cardíacos e auxiliam no funcionamento correto do coração.
Além da capacidade de estimular o coração, mantendo a frequência cardíaca (FC) “fisiológica”, essa prótese é projetada para prevenir arritmias perigosas e promover a resposta de frequência ao esforço, auxiliando no funcionamento correto do coração, prevenindo e tratando condições que são consideradas ameaçadoras à vida do paciente.
Quando são necessários?
Bradicardia: Quando o coração bate muito devagar, normalmente com menos de 60 batimentos por minuto, o que pode levar a sintomas como tontura, fadiga e até mesmo desmaios.
Taquicardia: Aumento da frequência cardíaca, mais de 100 batidas por minuto, causando falta de ar, tontura, fraqueza repentina, vibração no peito, atordoamento e desmaios.
Insuficiência cardíaca: Quando o coração não consegue bombear sangue suficiente para atender às necessidades do corpo.
Bloqueios cardíacos: Quando há interrupção ou atraso na condução da corrente elétrica do coração, alguns tipos são assintomáticos, mas outros causam fadiga, falta de ar, tontura e vertigem, seguidas ou não de desmaio.
Quais os tipos?
Pacemakers ou Marca-passo (MP)
O MP é um dos dispositivos cardíacos implantáveis mais conhecidos. O dispositivo é inserido debaixo da pele e possui uma pequena caixa eletrônica (gerador de pulso) e eletrodos que se conectam ao coração. Essa interligação tem o objetivo de regular o ritmo cardíaco de indivíduos que enfrentam problemas na condução elétrica do coração. Ele é indicado principalmente em casos de bradicardia, uma condição na qual o coração bate de forma excessivamente lenta.

Cardiodesfibrilador ou Cardioversor Desfibrilhador Implantável (CDI)
O CDI é semelhante ao marcapasso em termos de implantação e construção, mas suas funções são diferentes. Enquanto o marcapasso é usado para tratar batimentos cardíacos muito lentos (bradicardia), o CDI é projetado para tratar batimentos cardíacos acelerados e potencialmente perigosos (taquicardia ventricular sustentada/fibrilação ventricular).
Ele monitora continuamente o ritmo cardíaco do paciente e, se detectar uma arritmia grave, quando o coração está batendo muito rápido ou de forma irregular, pode administrar uma terapia elétrica para restaurar o ritmo normal do coração. Esse choque elétrico é chamado de cardioversão ou desfibrilação, dependendo do tipo de arritmia que está sendo tratada.
O CDI também é indicado em pacientes com síndrome de Brugada, história prévia de parada cardíaca recuperada e também naqueles com taquicardia ventricular sustentada e/ou síncopes de repetição.
Tratamento por Ressincronização Cardíaca (TRC)
A TRC é uma opção de tratamento clinicamente provada para alguns indivíduos com insuficiência cardíaca. Um dispositivo para TRC envia pequenos pulsos elétricos a ambas as câmaras inferiores do seu coração para ajudá-las a baterem em um padrão mais sincronizado. Isso pode melhorar a capacidade do coração para bombear o sangue e o oxigênio para o corpo.
Dispositivos de Assistência do Ventrículo (DAV)
Os DAV ajudam o coração lesionado a bombear sangue para o corpo. Não se destinam a substituir o coração e o seu coração continuará a funcionar.
Os dispositivos ajudam a suportar a função normal do coração, prolongam a vida e melhoram a qualidade de vida das pessoas que sofrem de insuficiência cardíaca avançada. Um DAV pode ser utilizado em suporte a curto prazo como ponte para transplante (PPP), o que significa que pode ajudar um doente a sobreviver até ficar disponível um coração compatível ou pode ser utilizado como terapia de destino (TD), que permite uma assistência à longo prazo em doentes que não são elegíveis para transplante cardíaco.

Fonte: Cardiopepers
OS DAV SÃO UTILIZADOS POR TRÊS RAZÕES PRINCIPAIS:
Para manter os doentes vivos até ser encontrado um dador para o transplante. Se for este o caso, o DAV é utilizado como uma ponte para o transplante.
Para deixar o coração «repousar» e recuperar algum do seu funcionamento normal. Nos doentes com alguma recuperação cardíaca, o dispositivo pode ser removido e pode não ser necessário um transplante cardíaco. Se for este o caso, o DAV é utilizado como uma ponte para a recuperação, para suportar a circulação durante alguns anos. Esta é normalmente a opção para pessoas que aguardam um transplante cardíaco.
Referências
Brasileira de Cardiologia; Brandão A, Miranda C, Précoma DB, Bacal F, Zimerman LI, Lopes MACQ, organizadores. PROCARDIOL Programa de Atualização em Cardiologia: Ciclo 14. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2020. p. 9–31. (Sistema de Educação Continuada a Distância, v. 2). Disponível em: https://portal.secad.artmed.com.br/artigo/interferencias-eletromagneticas-em-portadores-de-dispositivos-cardiacos-eletronicos-implantaveis
GOMES, Aline Gabriele. Uso de dispositivos de assistência ao ventrículo esquerdo na insuficiência cardíaca: histórico, fatores de risco e tecnologia. 2022.
MARTINELLI FILHO, Martino; ZIMERMAN, Leandro Ioschpe. Diretrizes brasileiras de dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis (DCEI). Arquivos brasileiros de cardiologia. São Paulo. Vol. 89, n. 6 (2007), p. e210-e237, 2007.
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MEDTRONIC. O QUE É INSUFICIÊNCIA CARDÍACA?, 2019. Disponível em: https://www.medtronic.com/br-pt/your-health/conditions/heart-failure.html
SILVA, Rodrigo Tavares et al. Comportamento funcional dos portadores de marcapasso convencional submetidos a ressincronização cardíaca. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 90, p. 151-156, 2008.
Teixeira RA, Andrade VS, Chamliam EG. Interferências eletromagnéticas em portadores de dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis. In: Sociedade
Você Sabe o Que São Dispositivos Cardíacos Implantáveis?. Dr. Eduardo Paludo Cardiologista, 7 jul. 2022. Disponível em: https://dreduardopaludo.com.br/voce-sabe-o-que-sao-dispositivos-cardiacos-implantaveis/#.
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